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Parabéns à rádio. Esta segunda-feira, o dia é dela!

Fica, desde já, essa nota prévia: este artigo é escrito por alguém que, nesta matéria em particular, não consegue ser imparcial. Porquê? A rádio sempre faz parte da sua vida – desde criança, com os ouvidos colados àquele aparelho mágico – e, durante muitos anos, a rádio foi a sua vida (não é exagero). Quer isto dizer que, se há alguém que aplaude, com entusiasmo, a celebração deste Dia Mundial da Rádio – instituído pela UNESCO – é quem vos escreve estas linhas.
Cresci rendida à magia da rádio, tentando imaginar o rosto da voz que entrava pela casa adentro – com toda a permissão do mundo -, inebriada pelos sentimentos de alegria ou nostalgia que as emissões radiofónicas conseguiam provocar. Assisti ao nascimento das rádios piratas e, na inocência da adolescência, achava ainda mais extraordinário saber que toda aquela magia também era produzida ali, ao virar da esquina, por “ilusionistas” que, afinal de contas, eram pessoas iguais a qualquer um de nós (por serem da terra, a estes conseguia atribuir-lhes um rosto).
Sim. Fui fã dos programas de discos pedidos (malta da Rádio Terranova: desculpem lá ter insistido tanto no “Patience” dos Guns N’ Roses) e dos passatempos que davam acesso a borlas no cinema e nos concertos (mas sempre sem sucesso).
Sim. Chorei, ri, amei e desamei a ouvir o “Oceano Pacífico” da RFM. E duvido que alguém da minha faixa etária (e até de outras) não tenha feito tudo isso (e muito mais) ao som da voz de João Chaves e da música por ele escolhida.
Quis o destino (ou talvez tenha sido eu mesma a querer) que também a minha voz fosse parte dessa magia. Foram mais de 10 anos a transbordar rádio por todos os poros, a viver uma adrenalina e uma euforia difíceis de explicar. A rádio era tudo. E os colegas que comigo fizeram rádio eram (e são) tudo. Lembrar os meus “dias da rádio” é trazer à tona um enorme novelo de alegrias.
Hoje, a rádio já não é a minha vida, mas continua a fazer parte dela (e há lá melhor forma de começar o dia?) e também da vossa (espero eu!). Muitos vaticinaram o fim da rádio, mas a verdade é que ela é “o meio de comunicação mais dinâmico, reactivo e atractivo que existe, adaptando-se às mudanças trazidas pelo século XXI e oferecendo novas formas de interacção e participação”. Quem é o diz é a própria UNESCO, a propósito do Dia Mundial da Rádio de 2017, que se celebra a 13 de Fevereiro.
Obrigada RÁDIO por estares aqui e fazeres parte das nossas vidas! Aos profissionais da rádio, um abraço muito forte.

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